É difícil o trabalho de pesquisas em um país como o Brasil, de situação muito indefinida do ponto de vista sócio-econômico. O País não tem classes sociais demarcadas com precisão e também está com a sua cultura dilacerada. A renda da população apresenta desníveis impressionantes, o que impossibilita, inclusive, que tenhamos uma sólida classe-média. O desnível econômico e social também se apresenta nas relações ente os estados da Federação. Existe a possibilidade de encontrar uma unidade analítica neste caos? Duvido.
Portanto, quanto ao assunto pesquisa, duvide de qualquer opinião determinada.
Invariavelmente é chute, por isso é bom analisar sempre de onde vem a opinião. O chute pode ser até de má-fé. E tem também a dificuldade atual da mídia em informar ao brasileiro que não existe explicação imediata para tudo. Estão sempre apresentando opiniões banais como se fosse a descoberta da roda. Ou a análise definitiva sobre o invento.
No auge da crise que levou à cassação de Fernando Collor, o presidente do IBOPE, Carlos Augusto Montenegro, estava se encontrando na madrugada com Collor no gabinete presidencial para auxiliar o presidente na redação de discursos que o ajudassem a se safar. O instituto de pesquisas de Montenegro, que era a voz definitiva na época quanto à audiência das emissoras de TV, tinha polpudos contratos com o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobrás.
O IBOPE, que foi fundamental para a eleição de Collor, como um motor do fortalecimento da candidatura, com suas pesquisas elevando gradativamente a ascenção de Collor para o Palácio do Planalto.
Outro "especialista" do ramo, Marcos Coimbra, que hoje em dia opina sobre pesquisas com suposta autoridade científica e aparentemente é levado a sério pela imprensa, foi do núcleo inicial que criou o “fenômeno” Collor, E esteve com ele até o fim. Quando é apresentado para analisar o momento político, infelizmente os jornalistas, omitem esta parte essencial de seu currículo.
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POR José Pires
domingo, 5 de agosto de 2007
Por detrás dos números
Postado por José Pires às 15:09
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